Domingo, 30 de Maio de 2010

A vida corre com o rio

ao ritmo

da ampulheta

e vai e vem e vai

corre o rio e a vida

e ninguém corta a meta

correm e ninguém sabe porque correm.

So Deus da sentido à vida e ao rio e à ampulheta.

E a vida ja faz sentido

e o rio ja não tem que correr

caminha

 

Baldino

 



publicado por baldino às 23:24 | link do post | comentar

Gosto do mar, da terra,

das arvores, do cheiro do vento,

gosto de ler,

de escrever, de pintar,

gosto de ver e de te ver. Gosto.

 

Baldino

 



publicado por baldino às 23:16 | link do post | comentar

As nuvens nem sempre são más,

o Sol nem sempre é Bom.

Ás vezes apetece

que a nuvem tape o Sol,

porque o Sol de frente não deixa

abrir os olhos.

Ás vezes apetece

a sombra que a nuvem dá.

 

Baldino

 

Caravela



publicado por baldino às 23:12 | link do post | comentar

Temos de despegar-nos de Deus afim de saltarmos para o abraço de um Pai amoroso em quem podemos confiar de forma implicita. Nós não precisamos de nos agarrar com toda a força a Ele, porque seremos agarrados por Ele... como uma criança nos braços dos seus pais. Albert Nolan

 



publicado por baldino às 23:05 | link do post | comentar

Domingo, 16 de Maio de 2010

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

 

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

 

O tempo é a minha matéria,

o tempo presente,

os homens presentes,

a vida presente.

 

Carlos Drummond de Andrade

 



publicado por baldino às 23:38 | link do post | comentar

Ontem voltei ao Magoito. Fui almoçar ao restaurante do meu amigo Cazé. O velho Almofariz. O vento , o frio, a humidade, o cheiro a pinho. O Magoito dos sentidos está igual.  O outro Magoito, o Magoito da construção é uma vergonha que temos que esquecer. Doi-me o nariz de tanto fungar. E recordo as idas a praia, para baixo e para cima. A carreira só passa de hora a hora e por isso vamos a pé. A tia Vanda não quer esperar, vamos a pé. Passamos pelo Portelinha e avançamos para a curva da morte, a casa do Chucu, a lembrar velhas resistências. Antes já passáramos pela Mongoa, nome de guerra, primeira grande guerra, velha batalha da marinha em terra seca, interior de angola. Em frente a casa do Ruizinho. Na Mongoa, por baixo do telheiro, um gira discos tocava os grandes "slows" que, num mundo sem sms, nos permitiam perceber se a miuda estava ou não afim. A praia tinha o Zé Maria dos bolos e gelava os pés.

 

Restaurante Almofariz no Magoito

 

E o Pereira da Silva? Uaau a volta do Pereira era a volta nocturna mais famosa das redondezas. Uma hora de caminho com paragens na "chinchada". Também havia o Rio da Mata, que será feito do Rio que desaguava na praia? O caminho do Rio da Mata era uma conquista, um oeste selvagem , um cheiro a aventura. No Rio da Mata havia nomes que eram poemas como o do "pinhal alcatifado".

 

Magoito antes da destruição era um mar de pinhais. Também tinha as arribas. Era precisamente ali que acabava o nosso mundo. A fronteira era a casa do primo Tójó, depois disso as arribas, um pinhal de areia branca onde as perdizes se viam no inverno e depois as arribas, o mar, sempre carregado de "cordeiros" brancos, vento , o vento.

 

Passávamos 3 meses seguidos em Magoito, e para entreter jogávamos à lerpa em casa do "Orelhas". Os mais profissionais eram os Soeiros, o Carlos e o Rui.

Casa dos Soeiros em MAgoito

 

E o meu grande amigo era o Zézé dos Porcos, o homem do casal dos bacorinhos. imbativel no que toca as miudas o grande Zézé!! Iamos e vinhamos dos Plátanos em Sintra e traziamos as namoradas sentadas nas motorizadas. Depois a casa do Zézé, grande, de piscina, fazia o resto. Meu Deus!! Como fomos felizes em todos esses anos.

Também havia os bailes. Gente da cidade que adorava os bailes da aldeia. Conjuntos famosos, verdadeiros beatles de encomenda, como o Academico e os Laranja mecânica. E havia bailes em quase todo o lado: Varzea, Tojeira, Arneiro, Terrugem, Praia das maças, Fontanelas... grandes atracções nacionais como as Doce e o José Cid faziam o resto. E não se pode falar da Praia das Maças sem falar do Maria Bolachas. A discoteca mais famosas la do sitio.

 

A gazolina metia-se em Sao Joao das Lampas, a terra das Galuchos.  Bons partidos com quem sonhávamos casar.

As motas eram a nossa loucura, corriamos desenfreados até ao Bibió na Praia das Maças. Na recta de Janas tirava-se a prova dos nove, o quanto andava realmente a nossa máquina. E havia o Carlos que tinha uma Honda 250 e o Jorge com uma Kawa 500, o resto eram so motorizadas, V5, hondas 50, gileras, zundap, Casal. A Ligia tinha uma Casal K 128 :) A João uma Casal Boss e o Fino uma Yamaha RD 50 a primeira motorizada com travão de disco à frente!!

O pão quente comprava-se no Largo da Quitas e o café de eleição era o do Senhor Lé entregue ao seu filho Toninho que também tinha a casa de jogos. Dias inteiros na casa de jogos a jogar Flipers e bilhar. Ainda havia os dias dedicados a apanhar caracois, colher amoras, abrunhos, mirtilos,  chupar azedas e pescar bogas. O Magoito era o nosso mundo, um mundo de felicidade.



publicado por baldino às 22:08 | link do post | comentar | ver comentários (6)

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